Miike tenta expor a pré-disposição das pessoas para a violência quando esta envolve a ganância. Mas sem nenhum sucesso e de forma absurda. 1/5 estrelas
Apostando no didatismo, o maior problema de Ana Carolina é não se arriscar, afirmar-se imparcial por apenas fazer um registro histórico, e com um agravante: sem nenhuma novidade. 2/5 estrelas
Como percebemos o que nos cerca? As imagens, ambientes, sensações e fragmentos explorados de maneira metaforicamente fascinante por um cada vez mais interessante Shane Carruth. 4/5 estrelas
Está longe de exibir a tensão que gira naquele orfanato, mas encontra substância em sua dramaticidade. 4/5 estrelas
Ben Wheatley continua seu passeio pelos gêneros, que cada vez mais vai intensificando o seu vasto poder narrativo. Aqui, o diretor expõe a loucura de uma forma única, surrealista e com um timing cômico impiedoso. 5/5 estrelas
Denuncia a maneira como um desintoxicado se vê retornando por um dia para uma cidade e não como os amigos o recebem - o que ressalta o ponto de vista que estamos. Por isso, o estado melancólico do filme se torna tão pertinente e crescente. 4/5 estrelas
Há problemas na forma como os diretores preferem suas resoluções na narrativa, mas a balança entre caça/caçador é sempre muito bem articulada, chegando ao seu ápice no terceiro ato. 4/5 estrelas
Depois da obra-prima A Paixão de Joana D'Arc, o genial Carl Theodor Dreyer nos guia por uma atmosfera intensa, assustadora e marcante. Um de seus grandes filmes. 5/5 estrelas
As ações incompreensivas do protagonista empalidecem a direção absoluta de Alain Guiraudie, mas não o bastante. 4/5 estrelas
A tentativa de uma fábula acerca do crescimento de um homem através da luta, mas que, apesar da interessante direção de Kurosawa, falha por sua pressa. 3/5 estrelas
A história de duas pessoas tão perdidas em suas vidas que acabam se encontrando durante uma tempestade. 4/5 estrelas
Como é costume em suas obras, Coutinho adota uma abordagem muito mais focada nas pessoas - todas especiais de alguma forma - do que em seu tema central. 4/5 estrelas
Não cria uma empatia óbvia com o espectador e assume ares teatrais demais em momentos, mas importante historicamente e perturbador em vários outros instantes. 3/5 estrelas
O olhar inteligente de Herzog acerca dos sacrifícios dos budistas pela busca da paz interior. 4/5 estrelas
A preferência pelo som delicado e melancólico do piano faz jus a abordagem sensível de Makoto Shinkai para retratar a distância. 4/5 estrelas
Embora não seja um de seus melhores, em sua estreia na direção, Jacques Tati já evidencia elementos que marcariam para sempre sua filmografia: gags sonoras e visuais interessantíssimas. 3/5 estrelas
Para quem viveu no final da década de 70 o auge do boxe cinematográfico, quando o mundo conheceu Rocky e Jake La Motta, um confronto entre De Niro e Stallone seria visto com as melhores expectativas. No entanto, mais de 30 anos depois, Ajuste de Contas se mostra uma tentativa fracassada de ressuscitar duas lendas – claro, a seu devido modo. 2/5 estrelas
West cria uma obra tão estúpida que acaba sendo eficientemente cômica. 3/5 estrelas
Ninguém se salva em uma trama que aposta em uma resolução capenga e sem inspiração. 2/5 estrelas
Expondo a ótica de um capitalismo selvagem como ninguém, Scorsese faz de Lobo de Wall Street um drama cínico. E é em seu cinismo que expõe os pensamentos grotescos dos mantenedores da Stratton Oakmont. 5/5 estrelas
Os movimentos calculados e nada críveis tiram a tensão que a obra requisitava. 2/5 estrelas
Mantendo a câmera como se comprimisse os seus personagens naquele ninho (a tradução não poderia ser melhor), Tarr inicia a carreira demonstrando sua singularidade. 4/5 estrelas
Para Von Trier, o sexo é exato. Não humano. Existe a matemática por trás do prazer, como uma sequência de sexo e números nos indica. Assim sendo, não é difícil perceber a liberdade que a ausência do pai – o que mais a aproximou do conceito de amor – trará em sua vida: múltiplas oportunidades futuras. 4/5 estrelas
Algumas cenas não ganham a tensão que deveria - o acidente de carro ou o medo dos gatos -, mas a primeira parceria entre Lugosi e Karloff é suficientemente intrigante. 3/5 estrelas
O drama psicológico vivido por Conrad Veidt é preterido pela maledicência do insano Dr. Gogol, que funciona tão bem quanto. 4/5 estrelas
Kleber elabora um estudo sobre como a crítica é vista ao redor do mundo, sem que para isso se renda ao culto. 4/5 estrelas
A segunda parceria entre os dois grandes astros do cinema de horror não é tão intensa quanto a primeira e o filme carece de naturalidade, ainda que seja pontualmente interessante. 3/5 estrelas
De uma investigação instigante sobre uma mulher misteriosa, Hitchcock transforma a obra em um complexo estudo psicológico. Uma obra-prima. 5/5 estrelas
A história de um homem ambicioso, utópico e de grande influência vira um patético melodrama que está longe de parecer algo real. 1/5 estrelas
O promissor início, onde podemos captar as influências de Zaroff, o Caçador de Vidas e Violência Gratuita, é trocado por um terceiro ato extremamente problemático e que sofre pela ausência de profundidade. 3/5 estrelas
As cenas cômicas fragilizam a obra, assim como o romance. Mas a maneira experimental com que Hitchcock já oferece alguns planos e a excelente performance de Mander salvam o resultado final. 3/5 estrelas
Ainda que pareça nunca sair de lugar algum, Ozon mantém uma calma impressionante durante toda a narrativa, sem sacrificar o drama vivido pela protagonista. 3/5 estrelas
O apuro visual de Hitchcock começa a dar as caras em seu primeiro grande filme. 4/5 estrelas
A vulnerabilidade do corpo, os simbolismos (Elle comendo a maça depois do sexo), o amor sobressaindo-se a tragédia; Alain Resnais conduz sua maior obra-prima como se ela fosse a conclusão de uma grande carreira. 5/5 estrelas
Tod Browning esconde suas verdadeiras intenções até o seu brilhante terceiro ato, culminando em mais um grande momento de sua carreira. 4/5 estrelas
Espero que na próxima vez, pois haverá, estejamos prontos para perceber, quando o roteiro disser que o diário de Frankenstein não pode cair nas mãos erradas, o que a expressão“mãos erradas” realmente quer dizer: as de diretores como Stuart Beattie. 1/5 estrelas
É na maneira como o diretor Carl Rinsch e os roteiristas Chris Morgan e HosseinAmini subestimam a inteligência do espectador que o filme é mais sabotado. 2/5 estrelas
O uso praticamente exclusivo de Daniel Lutz para nos guiar através do que ocorreu naquela casa resulta no que de pior o documentário poderia oferecer sobre o tema. 2/5 estrelas
Utiliza animações e vídeos que enfraquecem um pouco a estrutura, mas Cullen Hoback expõe uma atmosfera apocalíptica assustadora durante todo o percurso. 4/5 estrelas
Resume eficientemente como o cinema é subjetivo, mesmo que resulte nas divagações mais improváveis. 3/5 estrelas
A história de Kcal, acertadamente, nunca surge como autopromoção gratuita, mas como uma das muitas histórias especiais desse país. 3/5 estrelas
Assim como os documentários sobre Chico, o diretor Georges Gachot procura focar na naturalidade de Bethânia e na forma como vive suas músicas. 4/5 estrelas
Uma estrutura comum com uma maquiagem comum (parecidíssima com a de O Médico e o Monstro), mas sem vislumbre da melancolia e tensão pretendidas. 2/5 estrelas
É o tipo de documentário que indica porque o cinema é algo tão único. 5/5 estrelas
Carece tanto de direção que não me surpreenderia caso tivesse sido desenvolvido inicialmente como um projeto de conclusão de curso. 2/5 estrelas
Interessante como Silva decide brincar com a percepção do espectador pelo olhar da protagonista. Criando, assim, uma obra que causa tensão e repulsa por coisas banais. 4/5 estrelas
Não dá para entender direito a tentativa de Helgi Felixson em mostrar o clima instável na Islândia, quando não há um ponto fixo ou uma ideia a ser mostrada. 2/5 estrelas
Nada funciona. A trilha é vergonhosa, a tensão é inexistente e o amadorismo e inexperiência do diretor são demonstrados a cada dois minutos. 2/5 estrelas
Uma estupidez travestida de algo inteligente. 2/5 estrelas
Em seu penúltimo filme como realizador, Tod Browning cultiva muita das camadas que o fizeram tão único no gênero: a humanidade de seus personagens considerados "monstros" pela sociedade e um pouco de surrealidade. 4/5 estrelas
Assemelha-se muito em estrutura ao igualmente falho "Deus Abençoe a Islândia". 2/5 estrelas
Não oferece coisa alguma para o gênero nem se mostra um passatempo muito divertido, mas Branagh, apesar de não ter um trabalho brilhante como realizador, o tem como vilão. 2/5 estrelas
Um retrato assustador quanto ao preconceito incontido nas principais emissoras brasileiras: o que vai de misoginia e exploração pública até o pensamento absolutamente sociopata de muitos apresentadores. 5/5 estrelas
Claro que Uma Aventura LEGO se compara quase que por princípio a filmes como Detona Ralph e Toy Story, pois nasce como essa aventura sentimental de um menino (“a mão do homem lá de cima”) que enxerga amizade em seus bonecos e de personagens que subvertem as regras pela felicidade própria, mas impressiona mais pela forma como expõe nossos pensamentos. 5/5 estrelas
Não tem uma montagem brilhante, mas é extremamente revelador e apavorante. 4/5 estrelas
Não dá para dizer que 12 Anos de Escravidão é o melhor filme de McQueen, mas certamente é um reconhecimento preciso de uma carreira próspera. 4/5 estrelas
Uma das coisas mais completas que já surgiu sobre a corrida do ouro no sudeste do Pará. 4/5 estrelas
Chega a perder sua linha ao explorar de forma individual o desejo de sucesso de uma artista específica, mas é eficiente como um retrato dos "cantores esquecidos" atrás dos astros da música. 3/5 estrelas
De certa forma, Philomena é um filme muito semelhante a sua protagonista: agradável, um pouco incoerente, possui a religião como pano de fundo e carece de intenção. 2/5 estrelas
Exibe uma aura muito semelhante a O Iluminado em momentos, além de Ti West expor sua excelência atrás das câmeras. 4/5 estrelas
Não esconde nem um pouco que é praticamente um filme do Spielberg usando o pseudônimo de um diretor conhecido. Obra-prima. 5/5 estrelas
Soa extremamente datado, mas é pertinente em retratar a comum (e tola) disputa entre Karloff e Bela Lugosi - aqui, ganhando o segundo. 2/5 estrelas
Jonze é brilhante em como administra nossas incertezas sobre o amor e as inúmeras camadas de nossos relacionamentos. Como controlar por quem iremos nos apaixonar? Do mesmo modo, como sentimos os nossos relacionamentos passados? Com amargura ou apenas com flashes de uma felicidade superficial que nos permitimos lembrar?! Uma verdade que não podemos esconder no último encontro. Parafraseando o próprio longa-metragem, são pedaços de nós que estão escancarados na tela. De nossas sensações e neuras. E é belíssimo que Theodore perceba que, ao final, a compaixão humana, emulada no clímax, é o que nos resta. Sempre teremos um ao outro. Só falta compreendermos o mesmo. 5/5 estrelas
Há um filme muito bom em Caçadores de Obras-Primas, nova obra do talentosíssimo George Clooney, mas que sofre demasiadamente por um problema significativo: a sua pressa. Não há profundidade em seus personagens, qualquer tentativa de emoção é sabotada pela montagem e o filme é classicista demais. Por outro lado, mais uma vez, a visão política pontual de Clooney e seu tato para a direção ajudam a erguer uma narrativa que parecia completamente perdida desde o seu primeiro ato - fazendo com que embora um filme falho, seja bastante interessante. 3/5 estrelas
Não se expondo, Coutinho deixa o próprio entrevistado dar sua visão arcaica e ameaçadora acerca da divisão de classes. 3/5 estrelas
Não apenas outro acerto da Universal e um belo capítulo na história do "monstro" de Shelley, mas contém a atuação mais brilhante da carreira de Lugosi. 5/5 estrelas
As boas ideias são ofuscadas por conta da atuação medíocre de Gloria Holden e das frustrantes decisões no terceiro ato. 2/5 estrelas
Difícil conceber o mesmo diretor de Taxi to the Dark Side sendo o responsável por um documentário tão cínico e profundamente nocivo a sua própria estrutura. O que começa como uma tentativa de desvendar a validade da informação em nossa época, acaba virando uma obra quase que vingativa e pessoal. 2/5 estrelas
Mais um fortíssimo documentário que denuncia crimes dentro da igreja católica tratados pelo alto clero com completa displicência e impunidade. 5/5 estrelas
O tipo de filme que Raimi deveria estar fazendo. 4/5 estrelas
Entrega uma trama interessante sobre filmes snuff a um terceiro ato completamente impensável e ridículo. 2/5 estrelas
Nos tempos modernos é extremamente perigosa a mínima sugestão ou incitação de justiça com as próprias mãos. Não só pelos recentes casos no Brasil, mas pela situação mundial. E é exatamente por esse caminho problemático que a animação espanhola Justin e a Espada da Coragem trilha. Aponta para a crise econômica que a Espanha ainda vive, mas com uma camada de desilusão social que pode arrancar uma reação equivocada, principalmente se tratando de algo para crianças. 2/5 estrelas
É basicamente como se a bíblia fosse escrita pelo escritor Nicholas Sparks. 1/5 estrelas
Inside Llewyn Davis termina sendo mais um acerto numa carreira de poucos erros dos irmãos Coen. 5/5 estrelas
Clube de Compras Dallas se mostra muito mais interessante nos absurdos do que em seu emocional. E seria perfeito se isso fosse sua ambição inicial. 3/5 estrelas
Padilha faz um dos melhores sci-fis dos últimos anos, que só não irá adquirir essa alcunha por boa parte da crítica cinematográfica por questões de preferência e por não possuir o charme de “filme original”. 4/5 estrelas
Nunca convence nas cenas das corridas e é provavelmente o filme mais convencional de Cronenberg. 2/5 estrelas
Possui um parentesco com Deixe Ela Entrar, apesar de muito menos incisivo e dramático. 2/5 estrelas
Ainda mais fraco que o remake, menos explícito também e sem o teor psicológico. 2/5 estrelas
Constrangedor em todos os sentidos. 1/5 estrelas
Embora não seja um filme brilhante, os efeitos especiais e o antiherói de Vincent Price convencem. 3/5 estrelas
Nenhum outro adjetivo que não seja grandioso poderia indicar essa adaptação épica e maravilhosa de Branagh para uma das obras mais melancólicas e brilhantes de Shakespeare. 5/5 estrelas
Possui a mesma sensação pesada de Limite de Segurança, aqui explorando a vida de um homem que não existe mais. 5/5 estrelas
Bastante introspectivo, Mike Birbiglia e Seth Barrish conseguem criar uma obra de apelo sentimental, além de indicar o caminho para o stand-up de qualidade. 3/5 estrelas
Há uma frase no documentário que indica perfeitamente a própria estrutura da obra: "não há um líder, todos que estiveram na praça o são!". 4/5 estrelas
Inofensivo, mas denuncia o contraste entre a arte de duas pessoas e como suas vidas interferem no processo. 3/5 estrelas
A voz de autoridade e dono da verdade de Jeremy Scahill desconcentra um pouco o verdadeiro teor investigativo e revelador do documentário. 3/5 estrelas
Tão surreal que é difícil acreditar que não seja uma obra de ficção. 5/5 estrelas
Sequências de dança belíssimas num enredo vazio. 3/5 estrelas
Contém momentos em que visualizamos um thriller eficiente, mas é sempre prejudicado pela montagem e roteiro. 2/5 estrelas
O talentosíssimo David Tennant capta por completo a essência de Hamlet, a obra de Gregory Doran nem tanto. Ainda assim, mesmo prejudicado pelo design de produção e o tratamento moderno dado ao texto, o filme é bastante eficiente em como explora a loucura/sensibilidade/perda do personagem-título e soma às adaptações com performances memoráveis. 4/5 estrelas
Administrando uma tensão crescente, que culmina em sequências fabulosas de perseguição, Jacques Tourneur já indica o seu inegável talento em um seu primeiro grande trabalho. 4/5 estrelas
A ganância da Universal finalmente afeta a sequência de filmes de um dos melhores personagens da companhia. 2/5 estrelas
A contínua tentativa de explorar seus melhores monstros faz a Universal utilizar uma fórmula cada vez mais segura e sem qualquer vislumbre de inspiração. 2/5 estrelas
Tolo, absurdo e divertidíssimo. 3/5 estrelas
Campos trata de esquecer propositalmente algumas arestas de sua trama, mas nada que abale por completo o bem desenvolvido drama de seu intrigante e odiável protagonista. 3/5 estrelas
Estabelecendo dicas pontuais sobre o que estamos observando acontecer àquela família, Alex van Warmerdam realiza uma das obras de suspense mais marcantes dos últimos anos - criando algo sempre imprevisível e interessante. 5/5 estrelas
Envolvente e com personagens tão humanos que se torna impossível não se apaixonar. 4/5 estrelas